Um blog com o objetivo de ser simplesmente uma compilação das minhas idéias e gostos. Uma ou outra coisa interessante por mês talvez.
domingo, 18 de julho de 2010
Medo da Morte
Não há ser vivo que não tema a morte. Na verdade em literaturas em que a intelegicência artificial existe, até mesmo ela tem medo do fim.
Mas existe um povo que tem pouco medo da morte: os japoneses. Na verdade a morte chega a ser procurada com frequência alarmante pela população, não apenas para dar fim a sua vida, mas também para expiar sua vergonha e frustrações.
Vivi no Japão por 5 anos e apesar de não dominar o idioma, existem algumas revistas para a comunidade brasileira e também sites com informações em português com notícias do Japão.
Notícias de suicídio eram relativamente comuns. A cada 2 meses, eu lia alguma linha sobre isso. Mas como acredito que essas só chegavam aos brasileiros se fossem expressivas ou não tivessem notícias melhor, considero que o número de casos, seja maior.
Em parte, essa cultura a morte deve-se aos samurais e sua extrema devoção a lealdade. Quando um senhor (daimyo) morria o samurai honrado realizava o seppuku e acompanhava ao seu senhor ao outro mundo.
E por curiosidade, sabe qual é o símbolo que os samurais adotam? A flor de cerejeira, sakura.
Agora, sabe qual o motivo desse símbolo? Para nós ocidentais, onde os guerreiros são homens valorosos, de coragem e força, uma flor seria um péssimo símbolo para um guerreiro.
Mas para os samurais, esse flor mostra duas coisas: a efemeridade da vida e da beleza e em especial, ela morre no seu auge, no ápice da sua beleza.
Agora eu entendo o espirito de entregar e não se importar de morrer. Não é que eles não tem medo da morte, eles simplesmente não se importam se vão morrer, pois já aceitaram sua morte como se prepara a janta. O guerreiro está preparado para morrer.
Mas ele morre no auge, como a sakura, dando tudo de si para cumprir sua palavra, seus desígneos. Ele teme a morte, mas sabe que quando aceitou a missão, sua vida não mais lhe pertencia.
Sabia que viveu para aquele momento, morrendo ou não, ali seria seu auge. Ele viveu plenamente, de acordo com seus ideais, com sua convicção de vida.
Por isso eles não se importam com a morte, por que viveram de acordo com sua convicção.
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